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segunda-feira, 11 de junho de 2018

CONHEÇAM A HISTÓRIA DO JUSTICEIRO "CHICO PÉ DE PATO".

Um dos mais temidos "Justiceiros" da cidade de São Paulo/SP nos idos dos anos oitenta. 

Hoje eu quero fugir um pouco do tema cangaço e trazer até vocês a história de um nordestino do interior baiano que assim como tantos outros vieram do Nordeste para São Paulo em busca de oportunidades... mas após ter sua filha de dezesseis anos e sua esposa estupradas por marginais e diante da lentidão e da impunidade proporcionada pelo código penal brasileiro, resolveu agir por conta própria e se transformou em um dos mais temidos e famosos "Justiceiros" de toda a história criminal brasileira.

Com a alcunha de "Chico Pé de Pato", Francisco Vital levou o terror aos desafetos e trouxe a tranquilidade a grande parte da população da Zona Leste da cidade de São Paulo. Mais um entre tantos outros casos onde a impunidade transformou um cidadão de bem e honesto em um fora-da-lei. (Geraldo Antônio de Souza Júnior)

Leiam a matéria abaixo:

Conheça a história do Justiceiro Chico Pé de Pato
Após ter sua esposa e filha de 16 anos, o baiano Chico Pé de Pato, casou, matou e deixou um aviso; “se a polícia não age, eu entro em ação”.

Francisco Vital da Silva nasceu no sertão da Bahia e, como muitos nordestinos, migrou para São Paulo em busca de melhores condições de vida. Junto com sua família, passou a viver em Itaim Paulista, na violenta zona leste de São Paulo. Trabalhando de pedreiro, Vital montou um bar, o estabelecimento era constantemente assaltado e vandalizado por criminosos.



Francisco Vital da Silva "Chico Pé de Pato". 


Cansado das extorsões, Chico passou a revidar os abusos e colocar pessoas indesejáveis para fora de seu comércio. Sempre munido de uma faca para a autoproteção, acabou por despertar a raiva de muitos sujeitos perigosos.

Um certo dia, invadiram sua casa e estupraram sua esposa e sua filha de 16 anos. Chico, revoltado com a impunidade dos criminosos, comprou algumas armas e foi atrás de vingança, apagou os sujeitos e deixou um recado bem claro: se a polícia não age, eu entro em ação. Assim, Francisco Vital da Silva, um comerciante vindo da Bahia, passou a ser Chico Pé de Pato, um justiceiro que caçava foras da lei na região leste da Grande São Paulo.


Francisco Vital da Silva, conhecido como Chico Pé de Pato,  
posa em sua casa, na zona leste de São Paulo.
Foto: José Maria da Silva – 26 de agosto de1985 / Folhapres.

Chico Pé de Pato (Centro) ao lado de Socorro (Esposa) conversa com amigos.
Foto: Mario Leite - Setembro/1985. Folhapress.

A fama de Chico cresceu consideravelmente, recebia da própria força policial nomes de bandidos procurados pela justiça, os executava e passou a ser visto pela população como um grande herói, um justiceiro que substituiu a péssima justiça que o Estado sempre proporcionou às classes mais pobres.

Em meados dos anos 80, a ordem da polícia era matar criminosos nas áreas periféricas da cidade, Chico fazia boa parte do trabalho, era, inclusive, acionado pela população mais do que o próprio batalhão da ROTA. A fama de Pé de Pato cresceu tanto, que o famoso jornal Notícias Populares fez uma série de reportagens para falar sobre suas empreitadas contra criminosos, o que despertou a admiração de pessoas de todas as partes do estado de São Paulo, além de ter amizade e aparecer nas histórias do radialista Afanasio Jazadji, uma espécie de Datena dos anos 80.


Observado pelo radialista Afanásio Jazadji, Chico Pé de Pato se esconde no porta-malas 
de um Opala para seguir em segurança até a rádio Capital, nos Jardins.
Foto: José Luis da Conceição - 26 de agosto de 1985 / Folhapress. 
O destino de Chico mudaria após uma discussão em um bar, quando, ao sacar a arma para revidar uma agressão, matou um policial militar à paisana.

Ao saber que a vítima era policial, Pé de Pato já sabia que não teria muito tempo de vida, pois ele já conhecia a lei da rua, não se mata um policial e ficar impune. Pouco depois do crime, Chico fugiu em seu Opala, e foi considerado procurado pela polícia militar.

A ROTA foi responsável pela caça ao justiceiro, que, ao entrar em contato com Afanásio Jazadji conseguiu se entregar no DEIC. No dia de sua prisão, mais de 500 pessoas estavam na porta da delegacia pedindo sua soltura, um abaixo-assinado foi feito, mas não adiantou, Chico foi julgado e condenado a 6 anos de prisão, tempo consideravelmente baixo pela quantidade de homicídios que protagonizou. A pena baixa, provavelmente, foi fruto da pressão das 2 mil pessoas que se encontravam na porta do Fórum no dia do julgamento.

Pé de Pato foi transferido para uma penitenciária onde, por ser desafeto de muitos criminosos e policiais, foi morto com 91 estiletadas.

A força policial tinha medo que Pé de Pato abrisse a boca sobre os justiçamentos que cometeu fazendo favor para homens da polícia, os bandidos tinham uma questão de honra para acertar com ele, por isso, não durou muito tempo dentro do sistema carcerário.

Fonte: Fonte: Joel Paviotti / S1 Notícias.

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