Por pouco mais de um ano Zé Sereno esteve à frente do grupo deixado por Zé Baiano e moldou as ações do pequeno grupo, formado basicamente por familiares de sua companheira, entre outros, de acordo com suas conveniências e convicções.
Zé Sereno e Sila, sua companheira, foram alguns dos cangaceiros que estiveram presentes em Angico nos dias que antecederam o ataque da Força Policial Volante alagoana, onde na ocasião foram mortos onze cangaceiros, entre estes o casal Lampião e Maria Bonita, além de um soldado da Força Volante. Fato ocorrido no dia 28 de julho de 1938.
Após a morte de Lampião, Zé Sereno a exemplo de outros cangaceiros, resolveu se entregar as autoridades e em pouco tempo, juntamente com os demais componentes de seu grupo, foi agraciado com a anistia concedida pelo governo Vargas.
O sertão já não mais interessava para o antigo cangaceiro que era consciente de que a anistia concedida pelo governo não o livraria da perseguição de seus antigos desafetos, que não eram poucos, diga-se de passagem.
Prevendo a possibilidade de ser perseguido e eliminado por antigos inimigos, Zé Sereno e parte dos componentes de seu grupo decidem deixar o sertão nordestino e seguem com destino ao estado de São Paulo, passando antes pelos estados da Bahia e Minas Gerais, onde trabalharam em fazendas como forma de arrecadar fundos para darem continuidade na viagem rumo ao destino final.
Chegando à cidade de São Paulo o antigo casal cangaceiro, Zé Sereno e Sila, refizeram suas vidas, tiraram documentos, começaram a trabalhar e levaram uma vida digna e pacata até o fim. Em nada lembrando a vida sob a canga, entre lutas e fugas em meio à caatinga que um dia experimentaram quando estiveram integrados a hoste cangaceira do maior e mais temível cangaceiro de toda a história do cangaceirismo. Tiveram uma segunda chance e souberam aproveitar.
Geraldo Antônio de Souza Júnior
Obs.: Para ilustrar e anexado a essa matéria está o Certificado de Reservista de José Ribeiro Filho “Zé Sereno”. Documento gentilmente cedido por Patrícia Rodrigues Szabo, neta do casal cangaceiro Sila e Zé Sereno, a quem agradeço em nome da história e de seus interessados.
Postado por: Geraldo Antônio de Souza Júnior |
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