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sexta-feira, 16 de março de 2018

APÓS O CANGAÇO... A RESSOCIALIZAÇÃO.

Recomeçar a vida longe das armas era o próximo passo a ser dado pelos remanescentes do cangaço lampiônico, após a concessão da anistia concedida pelo Governo Getúlio Vargas. Reintegrar-se à sociedade e tirar documentos seria fundamental para o novo recomeço. Adaptar-se a uma nova vida longe das correrias e sofrimentos ocasionados pela luta diária pela sobrevivência em meio à caatinga era uma nova realidade que agora os antigos companheiros e Lampião teriam que enfrentar. Antes o enfrentamento aos inimigos e suas balas mortais e agora a burocracia imposta pela vida em sociedade, algo inusitado para quem vivia em um sertão atrasado e em luta constante em meio ao sol abrasador dos sertões.

Esses obstáculos foram sendo gradativamente superados e em pouco tempo os antigos cangaceiros foram sendo inseridos e adaptados ao convívio social, esquecendo definitivamente a antiga vida que levavam e reescrevendo suas histórias como pessoas honestas, trabalhadoras e cumpridoras de seus deveres e obrigações. Agindo e permanecendo dentro dos limites da lei até o final de suas vidas.

Zé Sereno (José Ribeiro Filho) e sua companheira Sila (Ilda Ribeiro de Souza) sobreviveram ao cangaço e vieram para São Paulo/SP, “enterraram” definitivamente o passado e conseguiram com muita luta reconstruir suas vidas. Terminaram seus dias de vida como pessoas pacatas e honestas e em nada lembrando os tempos da lida cangaceira.

Anexado a essa matéria está o Certificado de Reservista de José Ribeiro Filho que no cangaço era conhecido pela alcunha de Zé Sereno, sobrinho dos célebres cangaceiros Antônio e Cirilo de Engrácia (Ingrácia) e primo do não menos afamado cangaceiro Zé Baiano, entre outros.

A reservista foi expedida no dia 13 de maio de 1947 na cidade de São Paulo/SP, onde Zé Sereno residia junto com esposa e demais familiares.

Documento gentilmente cedido pela amiga Patricia Rodrigues Szabo, neta do casal cangaceiro Sila e Zé Sereno.

Geraldo Antônio de Souza Júnior


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Postado por: Geraldo Antônio de Souza Júnior


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