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quinta-feira, 30 de novembro de 2017

TENENTE ZÉ RUFINO

De perfil...


... o célebre Tenente Zé Rufino (José Osório de Farias) comandante de uma Força Volante e apontado como o maior matador de cangaceiros de toda a história do cangaço. Foi certamente um dos maiores e temíveis inimigos de Lampião.

Zé Rufino foi o militar que matou o maior número de cangaceiros em todo o ciclo do cangaço. Entre os cangaceiros mortos por Zé Rufino está o famoso Corisco o "Diabo Loiro".

Geraldo Antônio de Souza Júnior

José Osório de Farias "Tenente Zé Rufino"

CANGACEIROS

ANTÔNIO IGNÁCIO DA SILVA "MORENO II"

Personagem de destaque da história cangaceira. Um Cabra que ingressou ainda jovem no cangaço para se proteger das perseguições policiais e de seus inimigos pessoais, que por sinal não eram poucos. Segundo o pesquisador e escritor Magérbio Lucena em determinado momento da história mais de mil pessoas procuravam Moreno para matá-lo. Ainda segundo Magérbio Lucena esse número de pessoas correspondia apenas aqueles que se situavam na região sul do Cariri cearense.

Fato é que esse Cabra atravessou todo o período em que esteve no cangaço lampiônico sem levar um único tiro sequer.

Quando perguntado sobre o número real de pessoas que foram por ele assassinadas durante o cangaço, Moreno apontava sempre o total de vinte e uma vítimas, mas deixava em aberto esse número ao afirmar que alvejou muitos durante confrontos e que não soube posteriormente se sobreviveram ou não.

Acredita-se, portanto que esse número de vítimas citado pelo ex-cangaceiro Moreno chegue ao dobro ou até mesmo ultrapasse.

O tempo se encarregou de aliviar a gravidade de seus crimes, mas não apagou e nem apagará seus feitos das páginas da história, onde essa e as gerações vindouras de estudiosos conhecerão a saga desse implacável e temido cangaceiro, membro do bando de Lampião.

Sua morte ocorrida no dia 06 de setembro de 2010, quando contava com a idade de 100 anos, foi seu ingresso definitivo na história do cangaço nordestino brasileiro. Morreu para a vida e nasceu para a história.

Geraldo Antônio de Souza Júnior

Moreno II (Antônio Ignácio da Silva) 

domingo, 26 de novembro de 2017

EX-CANGACEIRO CANDEEIRO II “MANOEL DANTAS LOIOLA”.

Nasceu na Fazenda Lagoa do Curral no município pernambucano de Buíque no dia 10 de outubro de 1914.

Entrou para o cangaço no ano de 1936 e estava presente no momento em que o bando foi atacado pela Força Policial Volante alagoana, ocasião da morte de Lampião, Maria Bonita e outros nove cangaceiros, além de um Soldado da Força que pereceu por circunstâncias ainda hoje não esclarecidas.

Candeeiro II, juntamente com outros companheiros de cangaço, se entregou às autoridades no dia 21 de outubro de 1938 na cidade de Jeremoabo no estado da Bahia.

Após o cangaço reconstruiu sua vida, constituiu família e terminou seus dias de vida em sua terra natal (Buíque/PE).

Faleceu no dia 24 de julho de 2013 aos 98 anos. Sendo o penúltimo cangaceiro pertencente ao bando de Lampião à perecer.

Fotografia pertencente ao acervo do dr. Sérgio Augusto de Souza Dantas (Natal/RN) que foi à mim gentilmente cedida pelo amigo escritor e pesquisador José Sabino Bassetti (Salto/SP).

Geraldo Antônio de Souza Júnior

Manoel Dantas Loiola "Candeeiro II"

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

O SUPLÍCIO DO CANGACEIRO BALIZA

Em dias quentes, quando o ‘Astro Rei’, sem dó nem piedade, calcina as terras sertanejas, os animais e aves da caatinga procuram refugiarem-se do abrasador calor, popularmente conhecido como ‘maiá’, nos mais diversos lugares possíveis.

O cangaceiro conhecido pela alcunha de “Baliza”, que na verdade tratava-se de Venceslau Xavier, junto com sua companheira Antônia Maria, em princípios de 1933, estão a aninharem-se na beira de um barreiro, mais ou menos ao meio dia, do dia 19 de março do ano que corria. Ali, juntinhos e abraçados estão, no silêncio da mata, pois tudo que tem vida, respeita a força do poder do clima no Sertão.

A ‘coisa’ estava pegando fogo igual ao calor do sol do meio dia, tão boa e gostosa que, mesmo naquele total silêncio, não notaram a aproximação da volante que os cercavam.

Tratava-se da volante comandada pelo cabo Justiniano. Os soldados volantes os cercam e dão ordem de prisão. Após serem amarrados, o casal de cangaceiros é levado para um povoado próximo.

Ficando preso naquela localidade, servindo de atração para aqueles de maior curiosidade em conhecer um cangaceiro de perto, como que fossem ‘coisa de outro mundo’. Esquecia que eram gente igual a todos, menos seus atos, isso, os fazia diferentes.

Depois de vários dias detidos naquele pequeno povoado, vem a ordem para que o cabo escolte o prisioneiro para a cidade de Santo Antônio da Glória. O cabo manda que entre em forma seu pequeno contingente e seguem, em cortejo, com o prisioneiro entre duas fileiras humanas, rumo à localidade designada.

Havia naquela região um comandante de volante, Ladislau Reis, que tinha sua fama propagada por toda ribeira. As atrocidades comandadas pelo tenente foram tantas que, mesmo diante de tão horrendas histórias, o sertanejo, sem nunca perder a inspiração, dão-lhe o apelido de “Tenente Santinho”. Quando algum lavrador escutava que o ‘tenente Santinho’ estava pela redondeza, seu coração disparava, seu corpo, involuntariamente, reagia como que o repugnando, e seus pelos, todos, arrepiavam-se, descendo uma corrente elétrica do ‘talo’ do pescoço ao osso do ‘mucumbu’.

O dito comandante era mais perverso do que Lampião e Corisco, juntos. Gato, Zé Baiano e Sabino foram ‘fichinhas’ diante da ‘dureza’ do tenente.

Seguindo pelas estradas tortuosas do longo caminho, o cabo, seus homens e o prisioneiro, a certa altura, encontra-se com uma volante que estava de passagem por aquela várzea... E era, justamente, a volante comandada pelo “Tenente Santinho”.

Tendo a patente superior a do cabo, o tenente ordena que seja lhe entregue a guarda do prisioneiro. O cabo, tremendo mais que vara verde, apressadamente entrega o prisioneiro ao superior. Ladislau diz que levará o mesmo para a cidade designada pela ordem escrita e que o cabo poderia retornar para sua cidade com seus comandados.

Depois de assumir a custódia do prisioneiro, o tenente Santinho imediatamente ‘ordena’ a seus homens que comessem a dar um ‘trato’ no cabra Baliza.

A seção de tortura inicia-se ali mesmo. O ‘cacete come solto’ de tal forma, que em pouco tempo, em vez de ver-se um rosto, via-se um acúmulo de sangue e edemas os quais desfiguraram totalmente a cara do prisioneiro.

Por horas, os soldados da volante aplicam inimagináveis atos torturantes naquele corpo, que mais parecia uma peneira de tantas perfurações de pontas de punhais e facas peixeiras. E segue aquela sessão horrível aplicada ao corpo de Venceslau Xavier.

Em determinado momento, os soldados do tenente Santinho, acatando suas ordens, o amarram em uma árvore. O laço da corda de fibras de agave, sisal, e colocado na altura dos tornozelos do cangaceiro. Arrastam-no como se arrasta um tronco de madeira e amarram-no de cabeça para baixo num galho de uma árvore próxima.
Após está dependurado, é colocado pedaços de madeira bem perto da sua cabeça. Uma fogueira estava arrumada, a qual, logo, logo, estaria acesa, pelo próprio tenente Santinho.

O prisioneiro debate-se, gira para um lado, depois para o outro... Contorcendo-se feito uma cobra na areia quente, na tentativa vã de esquivar-se das chamas que consumiam seu corpo, Venceslau Xavier, tenta amenizar as dores causadas pelo calor das labaredas que assam, no sentido próprio da palavra, seu corpo.

No princípio, ouvem-se gritos horripilantes saídos das cordas vocais do cangaceiro Baliza, acompanhado do odor de cabelos chamuscados, para em seguida, a fumaça levar um cheiro de carne assada pelos campos sertanejos. Por fim, o suplício tem seu término, Baliza está morto.

Santinho não deixa nem o fogo apagar-se totalmente, puxa da bainha seu facão e corta o pescoço daquele corpo, chamuscado, queimado, assado...

Deixando o corpo naquela posição, o tenente Ladislau leva seu troféu macabro para Santo Antônio da Glória, e lá o mostra a população, exibindo, com orgulho e satisfação, o ‘produto’ de seu ato de selvageria.

Fonte “Corisco - A Sombra de Lampião”- DANTAS, Sérgio Augusto de Souza. Página 145. 1ª edição, editora Polyprint Ltda, Natal-RN, 2015.

Transcrição: Sálvio Siqueira (São José do Egito/PE)


Postado por: Geraldo Antônio de Souza Júnior

FILHOS DO CANGAÇO

Silvio Hermano de Bulhões filho do célebre casal cangaceiro Corisco e Dadá e Neli Maria da Conceição filha do casal cangaceiro Moreno e Durvinha.

Na fotografia abaixo o senhor Silvio Bulhões segura nas mãos mechas de cabelos, sendo uma delas pertencente ao seu pai, Corisco.



As pedras que aparecem na fotografia foram retiradas do local onde nasceu Silvio Bulhões 
(Fazenda Beleza - Santana do Ipanema/AL), pertencente ao senhor João Machado.

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

TAUAPIRANGA/PE ANTIGA SÃO JOÃO DO BARRO VERMELHO.

Nessa localidade Lampião encontrava sempre o seu porto seguro. Cercado por amigo e apoiadores, Lampião e seus homens promoviam festas e se sentiam seguros diante às ameaças de seus inimigos. Tendo inclusive o cangaceiro sido padrinho de várias crianças nessa localidade.

O distrito de Tauapiranga está vinculado ao município Serra Talhada que está localizado no estado Pernambuco - PE.

Na divisão regional do IBGE este estado está localizado na Região Nordeste do Brasil e tem como capital a cidade Recife.

Este distrito pertence à microrregião Pajeú e à mesorregião Sertão Pernambucano.

Foto: Cortesia do escritor e pesquisador Antônio Amaury Corrêa de Araújo

Geraldo Antônio de Souza Júnior 

Tauapiranga/PE antiga São João do Barro Vernelho

ARMAS DO CANGAÇO

Pistola alemã da marca Mauser. Modelo C96.

Embora não tenha sido utilizada durante o cangaço, essa arma pertenceu à José Ribeiro Filho conhecido na história do Cangaço como "Zé Sereno" chefe de subgrupo do bando de Lampião. Acervo da família.

Geraldo Antônio de Souza Júnior 




segunda-feira, 20 de novembro de 2017

ILDEFONSO DE SOUZA FERRAZ "ILDEFONSO FLOR"

O EXCESSO DE VALENTIA E OUSADIA FORAM OS FATORES QUE CAUSARAM A MORTE PREMATURA DO JOVEM NAZARENO ILDEFONSO DE SOUZA FERRAZ “ILDEFONSO FLOR”.


Morto no dia 14 de novembro de 1925 durante o combate contra Lampião e seu bando na localidade Chique-Chique nas proximidades da então cidade de Vila Bela (Atual Serra Talhada/PE). Ildefonso Flor durante o combate, sem medir consequências, avança contra os inimigos e durante o avanço é atingido mortalmente por um tiro certeiro no meio da testa. Ao que consta o tiro que acertou o jovem Ildefonso Ferraz de apenas dezessete anos, teria sido disparado pelo próprio Lampião.

Ildefonso Flor foi o primeiro membro da família Flor à tombar sem vida através das balas cangaceiras de membros do bando de Lampião e sua morte fez com quê a fúria e o desejo de vingança aumentasse consideravelmente por parte de seus amigos e familiares contra Lampião e seus comandados. A partir desse momento os Nazarenos passaram a ter uma dívida de sangue com Lampião e começaria uma perseguição contra o bando cangaceiro que somente se encerraria com a morte do cangaceiro ocorrida no dia 28/07/1938.

Ildefonso de Souza Ferraz.

Geraldo Antônio de Souza Júnior

Ildefonso de Souza Ferraz "Ildefonso Flor"

sábado, 18 de novembro de 2017

MARIQUINHA, SOFREU (CHOFREU) E PÉ-DE-PEBA.

Mortos pela Volante baiana comandada pelo Nazareno Nazareno Odilon Flor, no dia 05 de abril de 1939.

Mariquinha era prima de Maria Bonita e companheira do cangaceiro Ângelo Roque, sendo uma das primeiras mulheres a ingressar no cangaço lampiônico.

Ambos eram pertencentes ao grupo cangaceiro liderado por Ângelo Roque o “Labareda”.

Geraldo Antônio de Souza Júnior


ENTREGA DE CANGACEIROS

Sem o Capitão Virgolino Ferreira, morto na Grota do Angico em Sergipe no dia 28 de julho de 1938,  o cangaço estava predestinado ao fim. Não valia a pena continuar.

Alguns cangaceiros bem que tentaram levar o cangaço adiante, mas sem sucesso. O cangaço oficialmente resistiu até o dia 25 de maio de 1940, quando Corisco o último resistente é morto pela Força Volante baiana comandada pelo Tenente Zé Rufino auxiliado pelo Tenente José Otávio de Sena, quando tentava fugir juntamente com Dadá, sua companheira.

A fotografia anexada a essa matéria é de um grupo de cangaceiros que se entregaram em troca de anistia no mês de outubro de 1938. Na fotografia à começar da esquerda em pé: Barreira, Santa Cruz, Vila Nova IV e Peitica. Sentados à começar da esquerda estão: Pancada, Vinte e Cinco e Cobra Verde.

Era a derrocada do cangaço.

Geraldo Antônio de Souza Júnior


quinta-feira, 16 de novembro de 2017

HISTÓRIAS DO CANGAÇO

A VALENTIA E A CORAGEM ERAM QUALIDADES PRESENTES NOS COMPONENTES DOS DOIS LADOS DA “GUERRA” DO CANGAÇO.

Leiam essa história...

Após ter sido capturado em uma fazenda do município da cidade pernambucana de Águas Belas, o Coronel João Nunes, então oficial na reserva, embora para os cangaceiros continuasse a ser o mesmo homem que chefiara a Policia de Pernambuco e que os perseguira tenazmente. A fúria de Virgulino, que o conduziu prisioneiro por alguns quilômetros, estava prestes a desabar sobre o militar por não ter recebido a quantia de quinze mil Réis exigida pelo seu resgate quando um bandoleiro intercedeu por sua vida, declarando que lhe devia um grande favor.

Mas o que pesou certamente na decisão do chefe dos bandoleiros para dar a liberdade ao prisioneiro foi a sua consciência de que aquele homem em suas mãos não era um anônimo nem insignificante, mas um prisioneiro muito importante; se o liquidasse, amargaria as consequências desse ato e atrairia novamente a perseguição das forças pernambucanas certamente com maior apoio das autoridades. Mesmo que tivesse optado pelo seu extermínio, teria guardado de João Nunes a imagem de um homem corajoso que não se deixou dominar pelo temor da morte iminente e que se mostrou altivo diante das ameaças sofridas.

Ao ser interpelado, naquela ocasião, se não se arrependia de ter combatido os cangaceiros, respondeu-lhes que não, pois havia cumprido o seu dever e se tudo começasse de novo, tornaria a fazê-lo do mesmo modo, pois era antes de tudo, um Soldado.

Fonte: Livro “O CANTO DA ACAUÔ de Marilourdes Ferraz

Transcrição: Geraldo Antônio de Souza Júnior


HISTÓRIAS DO CANGAÇO

LAMPIÃO ENCONTRA UM “VALENTE” EM JATOBÁ DE TACARATU/PE.

Ao amanhecer do dia 27 de novembro (1930), os cangaceiros entraram em Jatobá de Tacaratu/PE, que se encontrava guarnecida por apenas dois soldados. Extorquiram dinheiro e roubaram casas comerciais, além de inutilizar os aparelhos de telégrafo.

Luiz Pedro prendeu o delegado, Silvino Delgado, e o chefe político local, Aureliano Menezes, conhecido como coronel Lero.

No meio da confusão, os cangaceiros toparam com um sujeito arrogante numa bodega dizendo que não tinha medo de Lampião e se quisessem podia mandar chama-lo. Foram dizer a Lampião. O chefe partiu pra lá como uma flecha, ia ensinar aquele loroteiro a respeitá-lo. Os cangaceiros foram atrás para ver o espetáculo. Quando Lampião entrou na bodega, tomou um susto:

- Você pur aqui, Eliseu? Eu nunca isperava incontrá tu por estas bandas, home!

Os dois abraçaram-se efusivamente. Os cangaceiros ficaram de queixo caído. Aquele era Eliseu Norberto, de Pedra (Alagoas), vendedor de redes, noivo de Anália Ferreira, irmã de Virgulino.

Ás 4 horas da tarde, os cangaceiros saíram de Jatobá em direção à Alagoas, levando preso o coronel Lero. Quando Lero disse que era amigo do coronel Ângelo da Jia, Lampião mandou soltá-lo.

Fonte: Livro Lampião – A raposa das caatingas de José Bezerra Lima Irmão.

Geraldo Antônio de Souza Júnior

NA LUTA CONTRA LAMPIÃO.

RIFLE WINCHESTER CALIBRE 44 QUE PERTENCEU AO NAZARENO GOMES JURUBEBA.


Embora injustiçado e pouco citado na história cangaceira, Antônio Gomes Jurubeba (Gomes Jurubeba) foi um dos principais e mais destemidos inimigos de Lampião e seus irmãos.

Gomes Jurubeba era proprietário da Fazenda Jenipapo localizada nas mediações do povoado de Nazaré (Floresta/PE). Lampião mantinha um ódio mortal contra Gomes Jurubeba por esse não se submeter aos seus caprichos e se posicionar contra as atitudes dos irmãos Ferreiras no então povoado de Nazaré e adjacências.

A ousadia e coragem de Gomes Jurubeba atraiu todo o ódio do cangaceiro, que durante anos fez ameaças e circulou pela região juntamente com seu bando em busca de matá-lo e destruir o povoado de Nazaré e sua gente.

Fato é que Lampião morreu e não conseguiu cumprir suas ameaças, graças aos destemidos defensores locais, apesar das várias tentativas. Muitos desses defensores ingressaram na polícia e juntos formaram a mais destemida e temível Força Policial Volante em combate ao cangaceirismo/banditismo de todo o Nordeste naquela época.

Na luta contra Lampião, muitos de seus membros perderam a vida e tantos outros passaram por sofrimentos terríveis em meio à caatinga na caça aos bandos cangaceiros e em especial ao bando de Lampião.

Enquanto vivo o "fantasma" de Lampião assombrou e rondou a região e sua gente.

Em anexo (Foto) o Rifle Winchester calibre 44 pertencente ao destemido Antônio Gomes Jurubeba, arma que disparou muita bala contra Lampião e os seus e que garantiu a integridade física de sua família e sua gente.

Que a figura de homens da marca de Gomes Jurubeba não seja ofuscada pela história e por seus escritores.

Nas quebradas do sertão.

Geraldo Antônio de Souza Júnior

Rifle Winchester calibre 44 que pertenceu ao bravo Gomes Jurubeba 

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

CANGACEIROS MORTOS

A ORDEM DOS COMANDOS DAS POLICIAS E DOS GOVERNOS ESTADUAIS E FEDERAL ERA CLARA E SEVERA: O CANGAÇO E SEU REPRESENTANTE MAIOR DEVERIAM SER ANIQUILADOS DO NORDESTE.

Enquanto o rei do cangaço se escondia e evitava os confrontos diretos com as Forças Volantes, essas por sua vez iam perseguindo e aniquilando os pequenos subgrupos cangaceiros e aos poucos enfraquecendo e sufocando o bando principal liderado por Lampião.

A fotografia abaixo é da Volante alagoana chefiada pelo Tenente João Bezerra, registrada pouco tempo depois de terem abatido os cangaceiros Serra Branca, sua companheira Eleonora e Ameaço (a). Os cangaceiros foram abatidos no dia 20 de fevereiro de 1938 na Fazenda Patos no município alagoano de Mata Grande. Os cangaceiros foram abatidos por membros da Volante comandada pelo Tenente João Bezerra da Silva que se encontra na extrema esquerda no alto da fotografia, o qual viria poucos meses depois (28/07/1938) dar cabo de Lampião e parte de seu bando na Grota do Angico, local na época pertencente ao município de Porto da Folha em Sergipe.

Ao centro da imagem estão as cabeças dos cangaceiros: Serra Branca (Esquerda), Eleonora (Centro) e Ameaço (a) (Direita).

Geraldo Antônio de Souza Júnior


terça-feira, 14 de novembro de 2017

CABEÇAS CORTADAS

PIRANHAS/ALAGOAS, 28 DE JULHO DE 1938.

O altar de Lampião.

Sem muitas delongas.

Cabeças dos cangaceiros mortos na Grota do Angico em Sergipe no dia 28 de julho de 1938. No Primeiro degrau de baixo para cima está a cabeça de Lampião e logo acima no segundo degrau está a cabeça de Maria Bonita.

Os onze cangaceiros foram mortos e degolados pela Força Policial Volante alagoana sob o comando do Tenente João Bezerra da Silva, por volta das cinco horas da manhã do dia 28 de julho de 1938.  

As cabeças foram expostas na cidade de Piranhas e Santana do Ipanema em alagoas e diversas outras localidades durante o trajeto até a capital Maceió, onde foram examinadas. As cabeças dos nove cangaceiros após serem examinadas foram sepultadas em um cemitério (Cemitério do Caju) público da capital, enquanto as cabeças de Lampião e de Maria Bonita foram encaminhadas para o Instituto Dr. Nina Rodrigues em Salvador/BA, onde permaneceram, juntamente com as cabeças de outros cangaceiros mortos, expostas ao público no museu do instituto até o ano de 1969, quando as famílias conseguiram na justiça o direito de enterrar os restos mortais de seus entes.



Geraldo Antônio de Souza Júnior 


domingo, 12 de novembro de 2017

SOUVENIRS DO CANGAÇO.

Porta canetas, Caneca de porcelana, Azulejo decorado 20x20 e caneca acrílica.


RESGATANDO A HISTÓRIA CANGACEIRA

Rubens Antônio

O incansável pesquisador e agora escritor Rubens Antônio, carioca enraizado na Bahia, vem ao longo dos anos fazendo um trabalho formidável ao que se refere ao resgate da história cangaceira, principalmente aquela ocorrida em solo baiano.

Histórias, fotografias e documentos tem sido localizados e trazidos ao conhecimento público graças aos seus esforços e dedicação às pesquisas e estudos sobre a saga cangaceira.

Entre seus inúmeros achados está uma fotografia do Tenente Arsênio Alves de Souza com dedicatória no verso e um broche (Fotos) feito em porcelana que pertenceu a uma de suas irmãs.

Tenente Arsênio Alves de Souza foi um dos mais importantes comandantes de Forças Policiais Volantes do estado da Bahia e um dos grandes perseguidores de Lampião e seus comandados na Bahia.

Uma história interessante que envolveu o então Tenente Arsênio Alves de Souza foi quando Lampião e seus homens se aproximaram utilizando-se de chocalhos do local em que a tropa havia parado para descansar e tomar água em um lajedo. Quando todos os Soldados estavam desprevenidos, Lampião e seus homens atacaram, matando muitos Soldados já durante os primeiros disparos. A Volante foi praticamente dizimada e o massacre não foi ainda maior, graças à rapidez do Tenente que conseguiu, mesmo em meio à fuzilaria, disparar a Metralhadora (Hotchkiss), afugentando os cangaceiros que atacavam ferozmente a tropa. Durante o disparo da metralhadora, que era algo novo para a época, um dos projéteis atingiu mortalmente Ezequiel Ferreira (Ponto Fino), pondo fim a vida do irmão mais novo de Lampião.

Nesse combate foram mortos 16 soldados no campo de batalha e outros 03 fora do local. 

Para a infelicidade de Lampião, que sempre possuiu o desejo de possuir uma metralhadora, o Tenente Arsênio sem condições de conduzir a metralhadora retira uma de suas peças, deixando-a inutilizada.

Embora tenha sido morta uma grande quantidade de soldados durante o ataque, Lampião teve um dos mais duros golpes de toda a sua vida cangaceira, a morte de seu irmão caçula, Ezequiel Ferreira da Silva (Ezequiel Profeta dos Santos).

Esse combate ocorreu no dia 24 de abril de 1931, na Fazenda Tanque do Touro na Bahia (Lagoa do Mel).

Em breve o Professor/Historiador Rubens Antônio estará lançando o Livro CANGAÇO NA BAHIA que trará muito material e informações inéditas e exclusivas que contribuirão profundamente para o engrandecimento da história do cangaço na Bahia.

Vamos aguardar.

Geraldo Antônio de Souza Júnior


Rubens Antônio e a rara fotografia do Tenente Arsênio Alves de Souza

Broche em porcelana pertencente à uma irmã do Tenente Arsênio Alves

Arsênio Alves de Souza

FILHOS DO CANGAÇO

INÁCIO CARVALHO DE OLIVEIRA

Inácio Carvalho de Oliveira ou simplesmente “Inacinho”, como assim é conhecido, filho do casal cangaceiro Moreno (Antônio Ignácio da Silva) e Durvinha (Durvalina Gomes de Sá) que no passado integraram as fileiras do célebre cangaceiro Lampião, nasceu nas mediações do município pernambucano de Tacaratu.

Nasceu no dia 03 de janeiro de 1938, quando seus pais ainda atuavam no cangaço. Após seu nascimento permaneceu com o casal em meio à caatinga por aproximadamente um mês até ser entregue para adoção. Inacinho foi entregue aos cuidados do Padre Frederico da cidade de Tacaratu/PE, cidade natal de Moreno, por quem foi criado e educado.

Após esse dia demorariam sessenta e cinco anos até que o reencontro entre pais e filho acontecesse.

No dia 02 de fevereiro de 1940, Moreno e Durvinha abandonaram o cangaço e seguiram em fuga em busca de um novo recomeço, porém dessa vez longe das armas. Caminharam 1.352 quilômetros, durante noventa dias, até finalmente chegarem ao estado de Minas Gerais, onde moraram em algumas cidades, até fixarem residência na capital, Belo Horizonte.

Como forma de se protegerem, Moreno e Durvinha mudaram seus nomes. Moreno cujo nome verdadeiro era Antônio Ignácio da Silva passa a se chamar “José Antônio Souto” e Durvinha (Durvalina Gomes de Sá) teve o nome alterado para “Maria Jovina Maria da Conceição”. A partir de então mantiveram suas vidas passadas em total sigilo, inclusive dos filhos, nascidos pós-cangaço.

Enquanto isso Inacinho cresce e toma conhecimento de que era filho adotivo do Padre Frederico Araújo e por fim descobre sua verdadeira origem, nascendo a partir de então o desejo insaciável de encontrar seus pais.

Inacinho buscou durante anos por pistas e informações que o levasse ao encontro de seus pais. Uma busca repleta de dificuldades e incertezas que perdurou por décadas, mas que mesmo não fizeram Inacinho desistir de seu intento.

Em Minas Gerais, Moreno e Durvinha tiveram outros filhos e tocaram adiante suas vidas. Os filhos crescem e começam os questionamentos.

Perguntas sobre suas origens e demais familiares são frequentes no ambiente familiar. Moreno e Durvinha procuram a todo custo evitar falar sobre suas vidas passadas e com respostas vagas esquivam-se dos questionamentos dos filhos.

Certo dia uma filha do casal chamada Neli Maria da Conceição encontra uma fotografia de Inacinho que fora oferecida pelo Padre Frederico Araujo ao casal, ainda durante a época em que estes estavam no cangaço e através desse achado foi descoberta a existência de Inacinho.

Neli Maria da Conceição, filha do casal, busca a todo custo localizar o irmão deixado em Pernambuco por seus pais. As únicas pistas que possuía eram o estado de origem e os nomes do irmão e do tutor (Padre Frederico Araújo). Faltava localizar a cidade onde moravam, já que o antigo casal cangaceiro dificultava e evitava transmitir a informação, provavelmente como forma de proteção à família, vez que Moreno tinha ciência da gravidade dos crimes praticados por ele enquanto esteve no cangaço.

O tempo passa e o casal decide contar aos filhos o segredo até então guardado sobre suas vidas passadas. A família finalmente descobre que seus pais pertenceram no passado ao bando de Lampião. O passado ressurge e os personagens da história cangaceira novamente surgem em cena.

A filha do casal começa a realizar chamadas telefônicas para várias cidades do estado de Pernambuco, até que em uma dessas realiza uma ligação para um posto telefônico da cidade de Tacaratu e se depara com uma vaga informação, mas que poderia ser a peça que faltava para montar o quebra-cabeça.

Um novo telefonema em uma nova data é realizado e os irmãos Neli e Inacinho, ainda repletos de dúvidas, conversam pela primeira vez e através dessa conversa descobre-se então que Inacinho era realmente o filho de Moreno e Durvinha.

Ansioso, Inacinho se prepara o mais rápido possível e parte ao encontro de seus pais na cidade de Belo Horizonte/MG, onde após sessenta e cinco anos, pais e filho puderam se encontrar e se abraçarem mutuamente.
A família finalmente estava completa e reunida.

Na época do acontecimento (2005) o descobrimento do casal cangaceiro se transformou em manchete em vários meios de comunicação do Brasil, tendo inclusive a história sobre suas vidas retratada em Livro “Moreno e Durvinha – Sangue, amor e fuga no cangaço” do amigo escritor/pesquisador João de Sousa Lima e no documentário “Os últimos cangaceiros” do cineasta/documentarista cearense Wolney Oliveira.

Estive há algum tempo atrás com Inacinho na cidade de Belo Horizonte/MG e registrei todo seu depoimento que inclusive encontra-se disponível em meu canal do Youtube com o título “Filhos do Cangaço – Inácio Carvalho Oliveira “Inácinho” – Filho do casal cangaceiro Moreno e Durvinha”.

Se morássemos em um país que valorizasse a sua cultura e seu povo, histórias como essa já teriam sido “aproveitadas” pelo cinema e pela teledramaturgia nacional.

Enfim... Uma história de vida digna de filme hollywoodiano.

Geraldo Antônio de Souza Júnior

Inácio Carvalho de Oliveira "Inacinho" filho do casal cangaceiro Moreno e Durvinha do bando de Lampião.

sábado, 11 de novembro de 2017

DESPEDIDA

28 de julho de 2015...

... dia em que aconteceu a pré estreia do filme Revoada do amigo diretor e cineasta José Umberto Dias, aqui na cidade de São Paulo/SP.

O filme foi exibido a um pequeno e seleto público e entre os presentes estavam o escritor e pesquisador Antônio Amaury Corrêa de Araújo e Gilaene de Souza Rodrigues filha do casal cangaceiro Sila e Zé sereno, além de estudiosos e pesquisadores do tema cangaço.

Após a exibição do filme Revoada houve um curto debate entre o público e o cineasta José Umberto Dias, que na ocasião respondeu atenciosamente a todas as perguntas e questionamentos dos presentes.

Essa foi a última vez que estive com minha amiga Gilaene “Gila” (Foto) filha do casal cangaceiro Sila e Zé Sereno, que inclusive durante o debate foi uma das mais entusiasmadas da plateia, falando sobre a vida de seus pais e fazendo perguntas relacionadas à história cangaceira.

No dia 07 de março de 2016 a amiga Gilaene “Gila” veio a falecer e infelizmente não deu tempo de nos vermos novamente.

Antes de ter início a apresentação do filme pedi para a amiga Gila colocar o bornal pertencente ao cineasta José Umberto Dias e que foi confeccionado pela ex-cangaceira Dadá companheira do célebre cangaceiro Corisco, para fazer o registro fotográfico (Anexo).

Sem saber... era a despedida.

Geraldo Antônio de Souza Júnior

Gilaene de Souza Rodrigues filha do casal cangaceiro Sila e Zé Sereno

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

PÓS ANGICO.

Anália Ferreira irmã de Lampião em entrevista concedida ao jornalista Melchíades da Rocha enviado do Jornal A NOITE (Rio de Janeiro/RJ) logo após a morte de Lampião ocorrida no dia 28 de julho de 1938 na Grota do Angico em Sergipe, fala que sente profundamente a trágica morte do irmão, mas que por outro lado alegra-se por ter encerrado definitivamente a carreira de crimes do irmão cangaceiro.

Geraldo Antônio de Souza Júnior

Anália Ferreira durante encontro com o Jornalista Melchíades da Rocha (Jornal A Noite)

terça-feira, 7 de novembro de 2017

HISTÓRIAS DO CANGAÇO

Por: Marilourdes Ferraz

Após um confronto contra uma Força comandada por Euclides Flor, Lampião e seu bando seguem em fuga chegam à Fazenda Angico, situada na extremidade do município de Floresta em seu limite com Betânia (Ambas cidades de Pernambuco). No caminho encontraram cinco almocreves, todos parentes entre si e residentes na Fazenda Quebra-Unha de Fora, na ribeira do Navio, que se dirigiam a São Serafim, naquela época de seca e escassez, para efetuarem compras de gêneros alimentícios.

Diante daqueles homens fortemente armados, os almocreves sobressaltaram-se e perguntaram cautelosamente ao bandido Sabino Gomes de Góis com quem estavam falando. Maliciosamente, o cangaceiro respondeu que era com uma Força do Governo. Aliviados, os Almocreves externaram o contentamento que sentiam em não terem encontrado com cangaceiros. A palestra foi prolongada mais um pouco e os rapazes teceram alguns comentários desairosos sobre o bando de Lampião. Então Sabino, um dos homens mais cruéis de todo o ciclo do cangaço, revelou-lhes sua verdadeira identidade e declarou que eles tinham assinado as próprias sentenças de morte ao falar mal do bando. Os aterrorizados rapazes procuraram justificativas, mas tudo se tornou inútil; foram colocados em linha para fuzilamento sumário. Somente um não caiu no local junto com os companheiros porque, tomado por extrema revolta, gritou para os frios assassinos:

- “Só morro assim porque estou desarmado! Não sou covarde e não espero para morrer!”.

Correu alguns metros e tombou crivado de balas.

Os corpos ficaram no chão, enquanto a tropa de burros vagava abandonada pelo mato...

Nas quebradas do Sertão...

Fonte: Livro “O CANTO DA ACAUÔ de Marilourdes Ferraz

Geraldo Antônio de Souza Júnior


GENTE DE LAMPIÃO

Como é gratificante poder expor essas fotografias ao conhecimento público e deixá-las salvas para a posteridade.

Essa fotografia foi registrada no aeroporto de Aracaju/SE (Santa Maria), segundo informação anotada no verso por Sila "Ilda Ribeiro de Souza". Embora não saibamos a data precisa em que foi feito esse registro, acredito que tenha sido nos primeiros anos da década de 1980, tendo como base para o apontamento a qualidade da imagem em questão.


Na fotografia estão Sila (Esquerda) companheira do ex-cangaceiro Zé Sereno chefe de subgrupo do bando de Lampião, Expedita Ferreira (Centro) filha do casal cangaceiro Lampião e Maria Bonita, Gleuse Ferreira (Direita) filha de Expedita Ferreira e a criança segundo informação é uma das filhas de Gleuse Ferreira.

Essa fotografia foi a mim foi gentilmente cedida pela amiga Gilaene "Gila" de Souza Rodrigues (In memorian) filha do casal cangaceiro Sila e Zé Sereno, a qual me confiou grande parte do acervo de fotografias e imagens pertencentes aos seus pais para que todo o material fosse digitalizado e posteriormente levado ao conhecimento de todos os interessados pelo assunto, sem qualquer tipo de ônus, segundo seu pedido.

Um dos desejos da minha amiga Gilaene “Gila” era que a história de seus pais não caísse no esquecimento e que todo o material (Fotos/Vídeos, etc...) ficasse preservado para que as futuras gerações tenham a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a história do cangaço e daqueles que fizeram parte dela.

Na medida do possível tenho realizado o prometido.

Fica o registro.

Geraldo Antônio de Souza Júnior


sábado, 4 de novembro de 2017

ANTÔNIO CHIQUINHO

Proprietário da Fazenda Tanque do Touro (Lagoa do Mel), onde no dia 24 de abril de 1931, Lampião e seus comandados atacaram a Volante comandada pelo então Tenente Arsênio Alves de Souza. Lampião que na ocasião se encontrava juntamente com seu bando no povoado Arrasta-Pé próximo ao local ao tomar conhecimento de que a policia estava nas proximidades, posicionou seus homens formando um semi-círculo em volta à lagoa e atacou a Força Volante sem dar-lhes chances de defesa.

Lampião "enchocalhou" os cangaceiros e se dirigiu até a lagoa, onde os soldados que se encontravam descansando ao perceberem o som emitido pelos chocalhos acreditou se tratar da aproximação de animais em busca de água.

Nesse combate caíram mortos no local 16 soldados, tendo outros três sido mortos fora do campo de luta.Totalizando 19 soldados.

A tragédia não tomou maiores proporções graças à rapidez e astúcia do Tenente Arsênio que conseguiu dar uma rajada de metralhadora em direção aos cangaceiros, afugentando-os por alguns instantes, dando tempo para que ele e alguns soldados conseguissem evadirem-se do local. Na fuga o tenente Arsênio consegue retirar o receptor da metralhadora (Hotchkiss) deixando-a inutilizável.

Ezequiel Ferreira foi mortalmente atingido pelos tiros disparados pelo Tenente. Lampião perdia o último irmão cangaceiro e o caçula entre os irmãos.

Poucos dias depois a sepultura de Ezequiel Ferreira foi localizada pela polícia em meio à caatinga e teve seu corpo exumado e sua cabeça decepada e encaminhada para Salvador/BA.

Apesar do elevado número de soldados mortos nesse confronto Lampião recebeu um dos mais duros golpes de toda sua jornada cangaceira. A morte de Ezequiel.

Foto: José Sabino Bassetti

Geraldo Antônio de Souza Júnior

Antônio Chiquinho antigo proprietário da Fazenda Tanque do Touro (Lagoa do Mel) localizada 
nas mediações do povoado Baixa do Boi atualmente pertencente ao município baiano de 
Paulo Afonso.