Foi nos limites dessa fazenda que no dia 27 de março de 1928 que o bando de Lampião foi atacado pela Força Volante comandada por Arlindo Rocha com o apoio do Nazareno Manoel Neto e do Tenente Eurico Rocha (Cearense). Durante o ataque o cangaceiro Sabino das Abóboras foi atingido, tendo que ser removido do local com a ajuda de outros cangaceiros.
Devido a gravidade do ferimento e na iminência da morte, Sabino pede para que Lampião o execute, para facilitar a fuga do bando e poupando-o assim das fortes dores que sentia.
"Se você é meu amigo, acabe com meu sofrimento..." (Sabino)
Lampião a princípio recusa o pedido do amigo moribundo, mas devido ao sofrimento e a insistência de Sabino, acaba por ceder a sua vontade.
Os cangaceiros presentes se recusam a eliminar o companheiro de armas, até que finalmente o cangaceiro Mergulhão I (Antônio Juvenal da Silva), se prontifica para a missão.
Sabino das Abóboras pede alguns minutos para rezar e fazer a recomendação de sua alma e em seguida com o rosto coberto com um lenço, recebe o tiro de misericórdia, tiro que calou para sempre um dos homens mais valentes e perigosos a trilhar nas veredas cangaceiras em todos os tempos.
Por ter sido responsabilizado pela morte de Sabino das Abóboras e por ter levado, ainda que involuntariamente, a polícia até o local onde os cangaceiros estavam acoitados na ocasião, Antônio da Piçarra passou a ser um dos alvos da vingança de Lampião e durante algum tempo o cangaceiro Moreno (Antônio Ignácio da Silva), escalado por Lampião para a missão, "arrodeou" a Fazenda Piçarra na tentativa de eliminá-lo, mas por razões desconhecidas não chegou a concretizar a vingança.
Nas quebradas do sertão.
Geraldo Antônio De Souza Júnior
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