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sábado, 20 de outubro de 2018

PRIMEIRA BIOGRAFIA ERUDITA DO REI DO CANGAÇO.

Virgulino Ferreira, o Lampião, assumiu em agosto de 1922 a chefia do bando de Sebastião Pereira da Silva (Sinhô Pereira), e quatro anos após ascender ao grau máximo do banditismo rural, sertanejo, teve sua vida parcialmente biografada no Estado da Paraíba. Antes, a literatura popular, através dos inúmeros cordelistas já o havia imortalizado.

Escrita por encomenda do então presidente do Estado. Dr. João Suassuna e subsidiado pelo então deputado e chefe político de Princesa, “coronel” José Pereira Lima, a primeira biografia erudita de Lampião é de autoria do jornalista Érico Gomes de Almeida, que militou por oito anos seguidos no matutino paraibano “O Norte”.

Deixando a redação do referido veículo de comunicação, Almeida foi incorporado ao funcionalismo público, engajando-se na campanha de combate à lagarta rosada. O Ministério da Agricultura mantinha escritório no município de princesa, visando debelar a praga que ameaçava o principal produto na pauta de exportações da Paraíba à época. 

Com o término do governo Epitácio Pessoa na presidência da república, a gestão sucessora desestruturou diversas políticas fomentadas por sua administração. Desempregado, Érico de Almeida aceitou a subvenção do governo da Paraíba e do “coronel” José Pereira para sua importante contribuição à história regional.

Devido ao caráter apologético definido na obra, Almeida foi confundido por Mário de Andrade como sendo um pseudônimo utilizado por Suassuna, o que não era verdade.

A importância da primeira biografia erudita de Lampião reside justamente em seu pioneirismo e nos dados colhidos in loco. Reeditá-la significa, antes de tudo, resgatar uma preciosidade da nossa historiografia esquecida nas brumas do tempo.

Por: José Romero Araújo Cardoso


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