Seguidores:

terça-feira, 7 de novembro de 2017

HISTÓRIAS DO CANGAÇO

Por: Marilourdes Ferraz

Após um confronto contra uma Força comandada por Euclides Flor, Lampião e seu bando seguem em fuga chegam à Fazenda Angico, situada na extremidade do município de Floresta em seu limite com Betânia (Ambas cidades de Pernambuco). No caminho encontraram cinco almocreves, todos parentes entre si e residentes na Fazenda Quebra-Unha de Fora, na ribeira do Navio, que se dirigiam a São Serafim, naquela época de seca e escassez, para efetuarem compras de gêneros alimentícios.

Diante daqueles homens fortemente armados, os almocreves sobressaltaram-se e perguntaram cautelosamente ao bandido Sabino Gomes de Góis com quem estavam falando. Maliciosamente, o cangaceiro respondeu que era com uma Força do Governo. Aliviados, os Almocreves externaram o contentamento que sentiam em não terem encontrado com cangaceiros. A palestra foi prolongada mais um pouco e os rapazes teceram alguns comentários desairosos sobre o bando de Lampião. Então Sabino, um dos homens mais cruéis de todo o ciclo do cangaço, revelou-lhes sua verdadeira identidade e declarou que eles tinham assinado as próprias sentenças de morte ao falar mal do bando. Os aterrorizados rapazes procuraram justificativas, mas tudo se tornou inútil; foram colocados em linha para fuzilamento sumário. Somente um não caiu no local junto com os companheiros porque, tomado por extrema revolta, gritou para os frios assassinos:

- “Só morro assim porque estou desarmado! Não sou covarde e não espero para morrer!”.

Correu alguns metros e tombou crivado de balas.

Os corpos ficaram no chão, enquanto a tropa de burros vagava abandonada pelo mato...

Nas quebradas do Sertão...

Fonte: Livro “O CANTO DA ACAUÔ de Marilourdes Ferraz

Geraldo Antônio de Souza Júnior


Nenhum comentário:

Postar um comentário