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sexta-feira, 15 de setembro de 2017

A ÚLTIMA MORADA DE DONA MARIA FERREIRA DA SILVA (QUEIROZ) “DONA MOCINHA” IRMÃ DE LAMPIÃO.


No dia 13 de janeiro de 2016 estive no Cemitério Chora Menino localizado na Rua Nova dos Portugueses no bairro do Imirim na cidade de São Paulo, onde está sepultada Maria Ferreira de Queiroz a dona “Mocinha” irmã de Lampião e a última entre os irmãos a perecer.

Entrada do Cemitério Chora Menino. 

Entrada do Cemitério Chora Menino. 


Apesar de ter obtido informações através da administração do cemitério, a localização da sepultura não foi fácil, devido à posição geográfica e a aglomeração dos túmulos ali existentes.

Após certo tempo de procura deparei-me com uma sepultura simples parcialmente coberta por folhas e galhos de árvores, repleta de barro em sua superfície e sem a devida placa de identificação, a qual após fazer uma busca minuciosa pelo local foi encontrada submergida na lama em meio ao mato.
  
Fiz uma limpeza superficial em cima da laje da sepultura com o auxílio de um dos coveiros, que me ajudou na limpeza da placa e a colocamos na posição e no local correto, para finalmente poder realizar as fotografias.

Túmulo onde está sepultada dona Mocinha "Maria Ferreira Queiroz". 

Lápide do túmulo de dona Mocinha. 

Lápide do túmulo de dona Mocinha. 


Confesso que para mim que estudo há anos o cangaço foi duro presenciar aquela cena que sinceramente não condiz com o valor histórico que essa personagem tem para a história do cangaço e do Nordeste.

Dona Mocinha mesmo não tendo envolvimento direto com a história do cangaço, assim como suas demais irmãs (Virtuosa, Angélica e Anália Ferreira) e irmão (João Ferreira), conheceu segredos familiares e sofreu as dores e agruras causadas por causa do envolvimento de seus irmãos (Virgulino, Antônio, Livino e Ezequiel Ferreira) com a vida cangaceira. Em vida tornou-se referência para estudiosos e pesquisadores por ter sido irmã do célebre cangaceiro Lampião.

Dona Mocinha residiu durante seus últimos dias de vida no bairro de Santana na Zona Norte de São Paulo, onde morava com familiares (Filhos).

Embora em seu documento de identidade conste a data de 01 de janeiro de 1906 como a data de seu nascimento, conforme podemos observar na inscrição da placa (Foto), havia outro documento comprovando que ela teria nascido no ano de 1910. (Geraldo Antônio de Souza Júnior)


Abaixo matéria de Glauco Araújo do site G1 que trata sobre a morte de dona Mocinha e sobre a questão em relação à sua data de nascimento. Matéria publicada no dia 10 de fevereiro de 2012.  

A idade de dona Mocinha sempre foi motivo de discussão entre estudiosos do cangaço. O documento de identidade da irmã de Lampião indica que ela nasceu em 08 de janeiro de 1906, portanto, ela teria completado 106 anos, mas ela sempre se recusou a afirmar que tivesse essa idade, alegando que não era por vaidade. Ela tem outro documento que aponta a data de nascimento em 11 de janeiro de 1910. Era por este documento que dona Mocinha costumava se identificar, de acordo com o neto Marcos Antonio Tavares, 53 anos.

Maria Ferreira de Queiroz "Dona Mocinha". 

Ela vivia em um apartamento com os filhos Expedito e Valdeci, em Santana, na Zona Norte de São Paulo. Os parentes mais próximos que também moram em São Paulo, além dos dois filhos, costumavam visitá-la, principalmente na data de aniversário dela.

"Ainda não sabemos onde será o velório e nem o sepultamento. Ela estava doentinha, vez ou outra ela era internada para cuidar da saúde. Já tinha muita idade. Acreditamos que foi insuficiência pulmonar", disse Tavares.

O pesquisador e historiador Antônio Amaury Correia, que mora perto de dona Mocinha, foi um dos responsáveis por descobrir a segunda data de nascimento da irmã de Lampião. "Ela tinha dois documentos. Até hoje não sabemos com certeza qual era a idade dela", disse ele ao G1.

Documento de identidade de dona Mocinha. Data de nascimento é controversa. 


"Foi uma grande perda. Apesar de ela não ter vivido a história do cangaço, já que era muito pequena quando Lampião estava atuando, ela sempre foi uma referência histórica", afirmou o historiador e especialista em cangaço, João de Sousa Lima.



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